A bonita história da Amizade, da Burrice e da Hipocrisia
A amizade e a burrice viviam juntas numa casa bem para la da ultima montanha, viviam bem numa vida que não perdoa a nada nem a ninguem. Sozinha nenhuma delas sobreviveria, mas com entreajuda, companheirismo, e acima de tudo muita confiança conseguiram passar os tempos mais dificeis com alguma felicidade reinante.
Um dia ouve se bater á porta "Quem é?" pergunta a burrice "Cala-te pa! ainda pode ser alguém para nos fazer mal! quem sabe o que está la fora? vivemos no meio do nada..." avisa a amizade... A burrice ignorando os conselhos da amizade chega-se ao pé da porta e volta a perguntar "Quem é?" do outro lado respondem "sou eu a hipocrisia, por favor deixa me entrar" a amizade abanava a cabeça em tom negativo mas o coração de ouro da burrice foi mais forte e a porta abriu se. A hipocrisia entrou, lentamente, mostrando o seu melhor sorriso amarelo, olha á volta e senta-se no melhor cadeirão da casa. De perna cruzada e com o nariz levantado começa a contar uma história, um segredo que lhe contaram a troco de um favor nobre... "isso parece me tudo uma granda tanga!!" disse a amizade"tem calma pa deixa la ouvir a hipocrisia até ao fim" falou a burrice, e assim foi. A história rezava que num vale não muito longe dali era possivel encontrar a chave para a felicidade eterna. A unica coisa que a hipocrisia queria era alcançar a felicidade eterna e para isso precisava de um parceiro para que a chave funcionasse, só um casal poderia accionar a chave.
Olhando para as duas, a amizade era de longe a mais dificil de influenciar que a burrice, além de corpolenta e consistente era a mais desconfiada das duas. A burrice, essa era distraída e influenciavel. Pior! Ela era manipulavel e foi por aí que a hipocrisia pegou... Quando a amizade dormia, a hipocrisia cativava a burrice com histórias fantásticas, jogos divertidos e segredinhos.
Todos os dias a hipocrisia dizia "está um belo dia para procurar aquele vale" mas amizade desviava sempre a conversa e as energias para tarefas mais tangiveís, deixando a hipocrisia envolta em grande frustração...
Uma noite enquanto a amizade dormia a hipocrisia levou a burrice para um passeio nocturno. Fazia muito tempo que ela planeava matar a amizade, mas o plano perfeito não aparecia...
A noite, as estrelas, a voz forte e reconfortante da hipocrisia embalavam a burrice como se de uma serenata se tratasse...a mensagem entrava lentamente na sua cabeça, e a ideia de felicidade eterna cobria a sua vista como se de uma venda se tratasse.
A novidade é terrivel, cria desejos que por vezes nem têm grande fundamento a não ser a própria novidade.
Da noite para o dia a burrice virou casmurrice e enfrentou a amizade expressando o seu desejo de seguir caminho com a hipocrisia. A amizade, inconsolavel, vai ter com a hipocrisia para tirar satisfações e a conversa aquece!
A burrice ouve barulhos e gritos, corre para a divisão onde elas se encontravam e dá de caras com a amizade a tentar sufocar a hipocrisia. Ao ver tal cena e possuido por uma raiva alimentada pelas conversas com a hipocrisia que previra tudo com antecedência, corre á cozinha pega numa faca e apunhala a amizade mesmo no meio das costas...
Faz se silêncio, a amizade nem acredita...tanto tempo...tanta partilha...tanta cumplicidade...escorrem para longe assim como o sangue que jorra da ferida...
Assustadas com o cenário, a hipocrisia e a burrice abandonam a amizade á sua sorte...esta não grita, não geme, não se contorce, ela sabe que chegou o momento de morrer. Lentamente tudo vai ficando escuro e na sua mente jaz uma só imagem , como que tivesse sido queimada na retina... A burrice de mão dada com a hipocrisia.
Moral da história:
Na vida a unica certeza é a morte.