Tuesday, March 03, 2015

Fechado

Sentado no cafe, frente a frente contigo, o tempo voa e a conversa flui. Nao tenho fome, nao tenho pressa, nao tenho nada mais alem da vontade de ficar.  O fumo do cigarro transforma se em nevoa mistica como se este cafe fosse um daqueles jardins dos contos de fadas ondes os príncipes namoram as princesas.

-Hei! espera ! Nao te estas a apaixonar pois nao?
- Sei la eu, a vida engana me a cada curva por estes dias.


E a verdade e que nao sei. Nao consigo perceber, ate porque sempre percebi a paixao como algo que se faz aos pares ou seja, no meu caso nunca me apaixonei sem que a outra pessoa se apaixonasse tambem.  Admito tambem que nao tenho a seguranca de outrora, o homem sem duvidas transformou se em alguem inseguro, cheio de duvidas e questoes, com medo de falhar,  alguem que nao acredita que alguem se pode apaixonar por ele.
E tu? Tu es como te disse alguem de especial, um mulherao como te chamei um dia.  Intimidas me com esse teu ser resolvido, cheia de respostas, com esse maravilhoso sorriso que partilhas com facilidade e  com tudo o que te faz tu mesmo.
Baralhada? eu tambem? Sei que me fazes sentir bem como a paixao faz,e  e verdadeiramente agradavel estar contigo. Mas sinto que nao e o meu lugar, que se calhar sou so eu, enganado pela solidao e pela simpatia de alguem com um coracao de ouro. Por isso fecho me em mim, nos meus problemas, nos meus horarios, no meu papel de pai, escondendo um homem que so quer ser feliz. E por isso vou ficando , neste bau de vergonha, fechado a cadeado.
So falta encontrar a chave....

Wednesday, December 31, 2014


http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a7/ColorfulFireworks.png 

Ate me acho um gajo simpatico, tagarela sem duvida, mas de facil trato. Nao sou sequer um gajo dificil, nao reclamo por pouco, fico feliz com pequenas coisas e sou coerente no que toca a ideias e a personalidade. Muito embora esta descricao possa estar um pouco errada, pois a percepcao e coisa subjectiva, acredito que ela nao se afaste muito do sujeito real.
Sempre fui um gajo dos amigos, aquele que esta sempre presente sempre que se proporcionam ajuntamentos, aquele que nunca diz nao quando lhe pedem uma mao, aquele que tem sempre uma palavra seja qual for o problema ou situacao. Que fique claro que nao acho que isto seja algo de extraordinario, apenas caracteristicas de uma pessoa normal.
Conheco gente em todo o lado e toda a gente me conhece, dizem que sou engracado, ate digo umas piadas fruto de uma maluquice natural que tempera uma personalidade vincada.
Todo este resumo serve para fundamentar as minhas duvidas em relacao a situacao que vivo, nao lhe vou chamar solidao, porque tenho sempre para onde me virar, mas a verdade e que estou sozinho. A partir de um certo momento algo mudou, tenho amigos pois claro que tenho, mas o meu telefona nao toca, nao recebo mensagens e nao sou convidado. Por outro lado se convido tenho que gerir as respostas negativas, as deculpas vazias ou mesmo as que eu realmente aprecio, as respostas sinceras. Quando quero fazer as coisas faco sozinho, faz muito tempo que percebi que se preciso esperar por alguem que queira fazer algo comigo simplesmente posso morrer a espera. E como me ensinou uma grande amiga so seras feliz quando fores feliz sozinho.
As relacoes que eu tenho sao superficiais, desligadas de qualquer sentimento forte, agradaveis trocas de momentos, conversas, sorrisos, e pouco mais.
A prova disso e que o meu telefone nao tocou, os convites nao chegaram (a nao ser de uma pessoa de quem nao esperaria outra coisa por ser um verdadeiro). Mais uma vez fico sozinho, com as minhas ideias, com o meu cabaz de perguntas sem resposta, na certeza que tudo fiz para ser uma melhor pessoa. A vida ja  deu  muita volta,deu me muita alegria e tambem muita tristeza. Esta acaba por ser apenas mais uma pequena tristeza num dia ao qual nao ligo nada.
Desejo vos  a todos
Boas entradas.

Thursday, December 13, 2012


Onde é o Norte? e o Sul? 
Onde esta o chão? 
Onde esta o ceu ?
Onde estou eu  afinal? 

Perdido...
murmura o vento entre as folhas... 

Olhaste de tão perto que me perdi nos teus olhos...



Ja te conheço faz um tempo. Sempre te achei linda, com esses olhos enormes cheios de vida, com esse sorriso rebelde, e com toda a loucura que tens dentro de ti. Ja fizemos tanta coisa juntos, mas sempre com as devidas distancias. Tens bem assente o que queres para ti, e isso tenho que respeitar. Temos como que um pacto silêncioso, um código de honra, que normalmente cumpro sem questionar.

Mas ontem quando me agarraste as bochechas para poderes ver melhor a minha boca magoada, não resisti em mergulhar nos teus olhos.

Sabes o quanto gosto dos teus olhos...

E desde aí não consegui pensar em mais nada.

Apetece me puxar te, abanar te, fazer te cair do pedestral.

Não tenhas medo, eu seguro te...





Prisão é sinönimo de privacão de liberdade, de angustia, de corte com o mundo exterior.
Muros altos, barras de ferro, guardas e atiradores especiais, é nisto que pensamos quando falamos em prisão.
Deixa-se para tras tudo o que se tinha, bom ou mau, fica pa tras, la fora, la longe, fora do nosso alcance.
Para muitos é o fim, para outros o principio, pois uns resistem e mudam de vida moldando se aos habitos do cativeiro, levando uma vida ,que embora diferente, nao deixa de ser uma vida com todos os altos e baixos que esta nos tras. Alegrias, tristezas, conquistas e perdas essa é a vida seja ela qual for.
Outros morrem... Uns com o lencol enrolado ao pescoco, outros morrem por dentro, desprovidos da chama de outrora, sem motivacao para continuar...
Desde que existem prisões existem fugitivos. A astucia do ser humano é um poco sem fundo.
Basta lembrar John Dillinger que fugiu da prisão com uma pistola de madeira pintada com graxa, ou mesmo Frank Morris e os irmãos Anglins, os 3 de fugitivos de Alcatraz, que fugiram com ajuda de cordas feitas com fios da roupa camuflando a sua ausencia com cabecas falsas feitas de restos de sopa colocadas nas suas camas.
Mas se a prisão estiver dentro de nos? se formos nos a nossa prisão?
Sem muros para trepar, sem tuneis para escapar, sem guardas para enganar... Posso dizer que esta é a mais perversa das prisões, a que podemos criar dentro de nos proprios.
Neste momento sinto me prisioneiro mim mesmo. Prisioneiro dos meus actos e das minhas opcões, prisioneiro de uma crenca estupida. Nao ha mais culpados do que eu mesmo, por isso mesmo o unico condenado. Longe do meu pais, sem amor , sem objectivos, sem ponto de abrigo, sem ponto de retorno.
Mas como os prisioneiros a quem me referi acima, eu adapto me e sou astuto. Por muito que sofra não vou fabricar a minha pistola de madeira ou as minhas cordas feitas de fios da minha roupa.
Certo é, que terei de planear qual Dillinger ou os 3 de Alcatraz, mas não vou de certeza fugir pela chaminé ou por um qualquer esgoto  imundo.

Vou sair pela porta da frente, com queixo alto e peito feito...
Podem apostar...


(pontos acentos cedilhas e afins é boca, teclado suico por enquanto :P )

Tuesday, December 11, 2012


Voltei !
Depois de anos de escuridão a caneta pega fogo mais uma vez!
O meu cerebro borbulha qual caldeirão, com tudo o que se tem passado na minha vida.
Sinto vontade de vomitar tudo isto, de me libertar destes toxicos pensamentos, algo que sempre foi terapeutico para mim.
Que comecem os jogos


Monday, November 03, 2008

Fugaz


Os teus olhos á muito que se tinham instalado nos meus na longa conversa que decorria no café...nem um toque, apenas o carinho do olhar e os sorrisos sinceros nos aqueciam aos dois...


Beijaste me... foi uma surpresa vinda desse teu mundo de gelo que tanta curiosidade me desperta. A pele seca no canto da boca, resultado de uma noite de bohemia, contrasta com o doce toque aveludado dos teus labios e da me a certeza que és real...


Enquanto caio em mim afastas te, deixando para tras um riso parvo estampado na minha cara...
É com esse mesmo sorriso que nos afastamos com um engraçado e confiante "depois" marcando para tempo incerto o cruzar do nosso olhar...

Nunca mais se cruzaram...



Monday, October 06, 2008

A Estupidez


Que coisa mais linda de se falar do que a estupidez.


Vivemos num mundo estupido, com pessoas estupidas, com ideias estupidas que ás vezes nós próprios acabamos por entrar no barco.
Somos absorvidos pelo seu perfume carregado de falsas generalizações e presupostos, de facilitismos e perguiça mental.
A estupidez é não mais que um nome cientifico para o acto de renúncia aos processos mentais.
Deixamos de pensar, perdemos clarividência, esquecemos valores e verdades tornam se mentiras.
A nossa sorte é que é complicado ser estupido a toda a hora e a todo o instante, mas mesmo assim há artistas para tudo e não estranhem se esbarrarem com um destes atletas...
Se pensarmos na estupidez num sentido mais grafico seria qualquer coisa como :
As informações em vez de passarem pelo cerebro para serem devidamente processadas, simplesmente passam directamente para um dossier de frases feitas, respostas prontas e actos completamente sem nexo.
Usa a mesma base funcional do acto reflexo:
Ao picar o dedo numa agulha, o estimulo (dor ) viaja pelos nervos até chegar á espinal medula que bloqueia essa informação, não a deixando atingir o cerebro, enquanto envia ordens para o braço se mexer e tirar o dedo da agulha.
Com este processo poupa se tempo e trabalho, que em termos de sobrevivência é claramente uma vantagem.
Nas relações interpessoais ja não podemos usar o mesmo esquema. Os estimulos são complexos e, requerem outra analise mais cuidada.
Quando isso não acontece estamos a ser estupidos...
E existem tantas formas de ser estupido! Tantas que se as começasse a discriminar neste momento, nunca mais saía daqui.
Decidi então falar da estupidez no amor, assunto que me parece pertinente dada a temática que costumo tratar nos meus textos.
O Amor estupidifica de uma maneira boa. Por um lado nada melhor que não pensar demasiado á frente quando se conhece alguem, simplesmente deixar as coisas correrem sem grandes reflexões. Por outro lado quando estamos realmente apaixonados a estupidez é tão aguda que abdicamos de coisas que á dada altura eram prioritárias por exemplo : valores , amigos, ambições, projectos, por aí fora.
Queria falar do acto estupido de lutar contra essa estupidez. Não sei se me faço entender, mas é tão estupido estar estupidamente apaixonado como racionalizar a estupidez do amor. Tem que haver um meio termo, em que o eu não perca a integridade mas que esta não esmague a relação. É preciso ser invejoso sem se ficar com o bolo todo, manter o equilibrio.
Eu continuo estupido e desiquilibrado, esperando um dia resolver a equação.

Até la escrevo,

reflito,

falo de amor e,

repito...

















Thursday, September 11, 2008

A Maldição


Vou falar de uma pedra.
Uma pedra igual a todas as outras , sem brilho e sem cor.
A unica particularidade desta dura e fria pedra é o local onde ela jaz.
Esta pedra de que falo, um dia foi coração...
Escravizado pela razão, subjugado pela força do raciocinio, maltratado pelo amor...
Dentro do peito do monstro, ouvem-se silvos de um vento que assobia nas curvas de uma câmara vazia, pelo chão podem-se observar restos de ossos das vitimas que por ali passaram...
Numa transformação que além de cíclica começa a parecer crónica, tudo se reduz a pó...

As lágrimas de raiva escorrem pelas faces da besta, cada uma transportando uma porção certa de dor, outra de frustração e outra ainda de gritos perdidos no vazio...

Um dia até o monstro se reduzirá a pó, consumido por tanto desengano...
por tanto sofrimento... por tanta desilusão...

No fim só restará a pedra, dura e fria, sem histórias para contar...