Dupla diabólica
Vejo tudo tão turvo , tão confuso , tão desconfortavel que muitas vezes prefiro ficar sentado no meu canto. Sentado de pernas cruzadas no soalho afago a sua superficie como se da tua pele se tratasse, sem sequer ligar ás irregularidades da madeira. Vivo num dilema e tu sabes, serves-te de isso mas vestida da maneira mais inocente que se pode imaginar,escondendo toda a promiscuidade debaixo da saia . O movimento pendular da luta entre a razão e a paixão explica a intermitencia comportamental que lês em mim. Por vezes recuso te veemente sem que me oiças a gritar NÃO! de sobrencelha levantada e narinas dilatadas, outras há onde o desejo simplesmente galga a razão e se projecta da minha boca e dedos na tua direcção como de lanças certeiras se tratassem...Tu sentes a estocada, acusa-la, digo-o porque sem sombra de duvida o fogo que arde dentro de cada um é capaz de emular distancias, obstáculos , realidades... e provas não faltam. O fruto proíbido é o mais apetecido, era incontornavel falar disto, e tu és esse fruto , apeteces-me , pelo menos agora que a razão jaz na ultima esquina que dobrei esta manha, sangrando ideais e pressupostos de tão nobre origem... Não és inocente, sabes bem que não, nem eu... De repente tornámo-nos bandidos numa realidade paralela , e este papel de maus da fita vem carregado de um romantismo excitante. Quando vejo toda a burocracia imposta por uma mente cautelosa , calculista e anormalmente sóbria no que toca a sentimentos, ser esmagada pela força da vontade não me assusto, pelo contrário deixo me ir neste rio de lava que destroi tudo á sua passagem.
Resumindo:
És o Diabo...e eu também.
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