A volta das crónicas

VRUMMM VRUMMM chego a rio de mouro, recolho o meu material ponho me no carro e rumo á praia. Nem sabia como estava o mar , mas tinha a certeza que eras tu quem ouvi chamar o meu nome. Fui directo ás maçãs nem sei porquê mas fui com a certeza de quem tem um encontro marcado.
Quando chego reparo que o mar e o ceu vestiram um vestido prata so para me receber, e as ondas puseram se em bicos dos pés para espreitar por cima do muro das maçãs como quisessem ver a cara de quem as ousava desafiar.
Eram lindas e quebravam uma a seguir a outra refinadas pela perspectiva do meu olhar distante, na praia não havia ninguem com quem pudesse partilhar tal cenário , e la dentro dois aventureiros boiavam por entre elas esperando a onda com o seu nome.
Vesti me rapidamente e sem pensar em mais nada corri pela areia como quem vê a sua amada do outro lado do areal, sempre a olhar para o mar calço os pés de pato, dou uma pancadinha nas costas para sentir se ainda la tinha a chave do carro e mando me de cabeça la para dentro. De repente la estava eu no meio daquelas massas de agua que se dobravam contra o fundo da praia, esperei pacientemente pela minha enquanto tentava perceber como funcionavam as coisas ali. De repente vejo a espreitar la ao fundo, até parece que acenou para mim, posicionei me e esperei que ela me abraça se. Quando chegou ao pé de mim levantou se mostrando toda a sua potência e uma formação perfeita revelando uma esquerda de revista! "brutalyde memo!!""vou em dropknee!""ou talvez não...""opá que se foda!!" e quando dei por mim a minha mão ja acariciava a parede da onda, depois foi tudo muito rapido speed speed speed speed saí! Olhei pa tras e ainda a vi a escangalhar se na areia...que onda...com um sorriso a formar se nos labios viro a prancha e começo a remar mais uma vez la para fora. Apanhei mais umas quantas que me deram igual ou maior prazer, mais uns voos á maluka dakeles que quando cais ja não tas a pensar no bodyboard mas sim na familia, no cão , na infância, enfim...o desespero.
A surpresa estava guardada para mais tarde, estava eu sentado la fora na prancha quando vejo que o unico gajo que ainda tava comigo no mar bazou, talvez pq ja não se via nada pois o sol ja se tinha posto á um bocado. Quem me conhece das surfadas sabe que sofro de "medo do tubarão" ou seja se estiver muito tempo sozinho la fora começo a atrofiar de fininho e so quero é bazar, ainda por cima o cenário que era tão lindo á uma hora a tras , tinha se tornado assustador. Ondas altas cheias de força apareciam da penumbra de um luscofusquo carregado por uma leve neblina e eu ja me sentia do tamanho de uma ervilha a olhar para aquilo pensava "baza chaval baza" "epa mas não vou sair a dar ao pé""va caralho passa essa merda" e de repente vejo me no meio de duas lutas, a luta fisica que travava contra o set vassoura que não me deixava chegar la fora e a luta psicológica entre o meu medo e a minha casmurrice. Ganha sempre a casmurrice eheh depois de quase ter um ataque de panico la apanhei uma marreca ridicula que me levou de volta para a praia ja vestida de noite.
Obrigado mais uma vez Neptuno.
1 Comments:
É a ligação ao mar... infinita e dificil de descrever... É mesmo reconfortante podermos fazer aquilo que gostamos mesmo a serio. Força e abraço aqui do Edu!
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